NOVIDADES NA SUBSTITUIÇÃO VÁLVULAR PERCUTÂNEA AÓRTICA

Nos últimos anos, houve vários avanços no tratamento percutâneo da patologia valvular tanto em adultos como em crianças. Isto tem gerado uma nova linha de pesquisas para o tratamento de pacientes com um alto risco cirúrgico ou contraindicação cirúrgica.

Em 1992, Andersen e col. publicaram a primeira experiência com um stent expandível com balão implantado na aorta descendente de porcos. Durante vários anos este projeto foi abandonado, no en tanto mais tarde com experiências realizadas en cadáveres (experiência não publicada de Cribier), pôde se observar que não era necessñário remover a válvula aórtica para o implante de uma bioprótese e a distância entre os ostiums coronários e o anel aórtico era de 19mm (distância suficiente para colocar um stent na válvula nativa estenótica).

A primeira experiência no homem foi realizada em um paciente com contraindicação cirúrgica de substituição de válvula aórtica com estenose aórtica severa sintomática, em
2002 pela equipe de Rouen liderada pelo Pr. Alain Cribier
A bioprótese utilizada é palnejada e construída em pericardio bovino, trivalva, com um diâmetro de 23mm e uma altura de 14mm, expandida com balão de 22mm (Edwards Lifesciences, Irvine, CA, USA) implantada em posição subcoronária (FIGURA N° 1A-D). Ao mesmo tempo o grupo do Dr. Bonhoeffer realiza o primeiro implante de bioprótese em posição pulmonar, com uma bioprótese planejada com uma porção de veia jugular interna de 18mm suturada a um stent vascular de platino expandível mediante balão e compatível com um introdutor de 18F (FIGURA N° 2). A experiência com esta válvula cresceu até ter publicados 59 pacientes e atualmente em comunicações internacionais em congressos alcançam os 100 casos publicados.


Imediatamente depois foram vários os avanços em posição aórtica, surgindo uma bioprótesre autoexpandível (CoreValve) proposta para o tratamento da doença aórtica (diferença com a bioprótese desenvolvida por Cribier). A vantagem potencial de uma bioprótese autoexpandível seria a melhor adaptação do dispositivo à aorta e à válvula estenótica.

Estas duas biopróteses para o tratamento da patologia aórtica por via percutânea estão ainda em vias de experimentação. A bioprótese expandível mediante balão pode ser implantada tanto por via anterograda-transeptal como retrograda com anestesia local.

Atualmente esta sendo levado a cabo um protocolo de pesquisa Fase 1 para determinar segurança e eficácia da bioprótese Edwards-Cribier na Europa, Canadá e nos EUA.

A bioprótese Corevalve é implantada por via retrograda requerindo anestesia geral e circulação extracorpórea para permitir o correto posicionamento da bioprótese, apesar de que reportes recentes informam sobre os primeiros casos de implante sim circulação extra-corpórea.

Recentemente J. Webb, publicou os seis meses de seguimento da primeira experiência de implante de bioprótese por via transapical, em sete pacientes sintomáticos para estenose aórtica severa, não candidatos à substituição de válvula aórtica cirúrgica nem à substituição percutânea por via femoral. Todos foram exitosamente implantados, com uma mortalidade a 30 dias de 14% de causa não cardiaca. A melhoria na área valvular aórtica reportada foi de 0.7± 0.3 a 1.8±0.7cm2, sem complicações relacionadas à bioprótese durante o seguimento.

A primeira experiência em substituição de válvula aórtica por via minimamente invasiva, sugere que a via transapical é viável naqueles pacientes que não puderam ser sometidos à substituição de válvula aórtica cirúrgica por risco inaceitável ou nos que a substituição de válvula aórtica por via femoral fosse impossível.

Sem dúvida, as diferentes linhas de pesquisa no campo da substituição de válvula aórtica permitirão novas opções terapéuticas, abrindo uma nova linha de sub-especialidade e perspectivas para estes pacientes valvulares.

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